Cláudia Maranhoto é Dietista. Colabora com o Escolha Saudável na redação de artigos e apoio ao cliente.
A lucuma é uma fruta originária da América do Sul, cultivada especialmente na região andina, por países como o Chile, Equador, Peru. De uso ancestral, era sagrada para o povo Peruano, com associação à criação do mundo, à semelhança do que representa a maçã para o cristianismo. Para além do seu significado simbólico, ao qual estão associados diversos mitos, tem também valor medicinal e um imenso valor nutricional. Em tempos pré-hispânicos era associada à fertilidade e longevidade.
A procura crescente por uma alimentação saudável, na busca de uma vida com maior qualidade, tem trazido ao nosso conhecimento novos alimentos, muitos deles deveras surpreendentes pelas suas características de elevada qualidade nutricional. Entre eles destaca-se a Quinoa Real ou Quinua Real (Chenopodium quinoa Wild).
A globalização, com todas as suas virtudes e defeitos, acabou por permitir acesso nos países do norte a uma multitude de novos alimentos. Os superalimentos caem numa categoria especial, pelo seu interesse nutricional, e rapidamente conquistaram lugar de destaque, principalmente entre os consumidores que procuram seguir uma alimentação saudável e variada.
Não é comum, consumirmos um alimento que normalmente, associamos ao prazer, e que ao mesmo tempo possui inúmeros benefícios para a saúde. Ouro sobre Azul. O cacau é esse alimento!
Originário das zonas tropicais América Central, e cujo nome tem origem maia, tem uma história longa. Os Astecas e os Maias utilizaram-no como bebida tónica e refrescante, à qual adicionavam especiarias, mas também como moeda de troca, pelo que era elemento de muito valor.
É cada vez mais evidente que o açúcar é um ingrediente pouco saudável e associado a diversos problemas de saúde, entre eles a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, colesterol e triglicéridos elevados, síndrome metabólico e até cancro. Mas este doce pecado é difícil de afastar completamente das nossas vidas, e por isso surgem diversas alternativas para adoçar os alimentos, nem sempre mais saudáveis que o próprio açúcar. Muitos dos adoçantes artificiais, têm a vantagem de não ter calorias ou muito poucas, mas são muitas vezes produtos muito processados e nefastos à saúde.
Recentemente tem ganho fama o açúcar de coco, que embora já seja usado há muito no oriente, no ocidente só recentemente está disponível e mais acessível. Este açúcar é um adoçante natural, extraído do néctar da flor do coqueiro, através de um processo natural, por evaporação. Esta é já uma grande vantagem a favor deste açúcar.
A vitamina C está normalmente associada às constipações e gripes, mas a sua lista de benefícios é longa e está longe de ajudar apenas a recuperar das constipações.
O ácido ascórbico, um dos seus nomes científicos, é uma vitamina essencial, uma vez que não a produzimos, como alguns animais o fazem, temos de consumi-la diariamente através da alimentação.
Esta vitamina tem um enorme poder antioxidante e é por isso, cada vez mais, fundamental a uma vida saudável. Na sociedade moderna, o stress, a alimentação de baixa qualidade, o sedentarismo, o tabaco, a poluição, representam grande risco para o organismo, por potenciarem a formação de radicais livres, moléculas que contribuem para o enfraquecimento da saúde em geral, e associadas ao aparecimento do cancro, artrite, doenças cardíacas, etc. A vitamina C é um dos nutrientes mais eficazes e seguros.
Parece que por todo o lado só se ouve falar de sumo verde e detox. Está na moda!
A minha sugestão é olhar para essa tendência com bom senso e aproveitar o que ela tem de bom, que é de facto o consumo de mais produtos verdes.
Beber sumos onde se misturam para além das frutas, legumes crus ou verduras, pode trazer muitos benefícios a uma vida que se pretende saudável.
A juntar aos alimentos super poderosos surge agora a farinha teff. Não é nova, mas está a ser redescoberta, e revelou ser mais um daqueles alimentos ancestrais que viveu discretamente, mas que pelas suas extraordinárias características nutricionais, tornou-se obrigatório na lista dos alimentos super saudáveis. As pesquisas à volta deste cereal e dos seus produtos aumentam nas comunidades científicas e começa a ser produzido em outras partes do mundo, além do seu país de origem. De facto, a adesão a uma dieta consciente centrada na saúde tem aumentado e faz emergir novos produtos alimentares alternativos. A farinha teff é disso exemplo.
Os nutrientes na gravidez:
Pudemos perceber no texto anterior (parte I) que o crescimento de cada feto depende em absoluto da mãe e da forma como esta se alimenta. A nutrição da mãe influencia sem sombra de dúvida a saúde do futuro ser, não só enquanto criança, mas também, mais tarde, na sua vida adulta.
Com cada vez maior atenção sobre si, o estudo dos efeitos da nutrição antes e durante a gravidez, é uma área que deve ser intensamente esclarecida e divulgada, pela importância que tem na saúde de cada indivíduo adulto e dessa forma nas sociedades.
O corpo humano é uma máquina quase perfeita, e funcionaria na perfeição, se não fossem alguns defeitos de “fabrico”, e todas as agressões que lhe provocamos, sejam através da exposição à poluição, ao stress, e muito em especial pela alimentação. No caso da alimentação, a forma de nutrição do corpo, essa é muitas vezes negligenciada, trazendo como consequência a falência do equilíbrio do organismo, por carência ou excesso de substâncias que estão associadas aos alimentos. Todos os nutrientes são fundamentais para uma boa saúde, mas alguns têm funções, de tal ordem essenciais à sobrevivência, que se houver carência, podem comprometer a saúde de forma severa. Muitas vezes nem entendemos porque adoecemos, nos sentimos fracos, sem ânimo, deprimidos e com sinais de doença evidentes, para os quais é necessária intervenção médica e de fármacos. Se soubesse que podia reverter alguns destes quadros de doença, com simples gestos, relacionados com uma boa nutrição, fá-lo-ia? Então esteja atento.
O outono traz consigo grandes mudanças, nas cores, nas temperaturas, na paisagem, no humor, na alimentação. Nem sempre é uma estação bem aceite, porque nos “rouba” o adorado sol, as temperaturas agradáveis, as férias, os dias longos. Mas é possível receber esta estação, que introduz o frio, de uma forma menos difícil, percebendo-a e adaptando-nos às suas características. Esta época é acompanhada, muitas vezes, pelas gripes, constipações, alterações de humor, depressões, cansaço físico e mental, queda de cabelo, dores ósseas, por isso, estar preparado para ela é fundamental. A natureza dá uma grande ajuda, ela coloca à disposição do homem os alimentos mais adequados a cada estação, é perfeita, estejamos atentos.
O pão é dos mais antigos alimentos do mundo e contribuiu para a evolução do homem primitivo. Segundo alguns pesquisadores, o pão é citado há mais de 6 milénios, e existem registos na história de que o cultivo dos cereais contribuiu para que o homem pudesse deixar a vida nómada. Inicialmente, após “descobrirem” a farinha, o pão era apenas uma papa de farinha com água, só mais tarde foi experimentada cozida nas cinzas ou nas brasas.
Hoje, o pão é o alimento básico da nossa alimentação, e culturalmente, é o alimento que não deve faltar à mesa de ninguém. No entanto, numa época em que o excesso de peso é um problema de saúde pública, o pão é muitas vezes o bode expiatório do peso a mais, e retirado da alimentação por ser considerado o vilão.
O género Erica é constituído por cerca de 600 espécies. São designadas de urze, por exemplo, a Erica lusitânica, conhecida como urze-de-Portugal ou urze-branca, a Calluna vulgaris, também conhecida por urze-roxa, torga, leiva, mongariça ou rapa e a Erica umbellata, comumente chamada de queiró ou queiroga. Em Portugal empregam-se muito estas urzes para secar os fornos de cozer pão, assim como acender o lume substituindo a carqueja.
No mundo moderno, aumenta a esperança média de vida e com ela o crescimento dos custos com a saúde, porque a par da modernidade o número de doenças e doentes cresce também. Importa assegurar à sociedade uma longa vida, mas essencialmente qualidade de vida! É na busca deste propósito que surgem cada vez mais investigações e procura de conhecimento à volta de alimentos que tragam benefício à saúde, paralelamente à sua função de nutrir. O conceito de nutrição funcional, ou nutrição otimizada, surge desta necessidade de adaptação da nutrição ao novo estilo de vida da sociedade. Neste contexto os alimentos funcionais, e especialmente os probióticos, são conceitos a crescer a um ritmo interessante. Os profissionais de saúde reconhecem cada vez mais os efeitos dos probióticos sobre a saúde humana e os estudos intensificam-se nesta área.
A folha de oliveira tem mostrado algumas qualidades medicinais extraordinárias. O seu elevado conteúdo em fitoquímicos com propriedades antioxidantes estão no topo da lista.
A infusão das flores da carqueja cura todas as maleitas, assim a reconhece a sabedoria popular. Conhecida como erva-carqueja, carqueja, flor-de-carqueija, querqueijeira ou carqueija, pertence à flora portuguesa, espanhola e norte-africana (Marrocos), e é muito comum em zonas montanhosas, como as Serras da Estrela e do Açor.
Iguaria bem conhecida e apreciada em alguns países da Ásia, desde há mais de 200 anos, as algas são também muito usadas na indústria alimentar, como aditivos, para melhorar as características dos alimentos. São cada vez mais usadas pela indústria farmacêutica e cosmética.
Embora as algas não sejam, ainda, um alimento muito consumido em Portugal, por não fazer parte da nossa tradição alimentar, o seu consumo tem aumentado e estas fazem parte da história da indústria portuguesa. Somos um país com uma costa de algumas centenas de quilómetros, riquíssima em diversas espécies de algas. A produção de ágar-ágar em Portugal chegou a ter expressão internacional, devido à abundância e qualidade das algas portuguesas, numa época em que a II Guerra Mundial impossibilitou a produção de ágar-ágar japonês.
Desde há muitas décadas que se conhece a importância da vitamina D na saúde óssea e na prevenção da osteoporose, em parceria com o cálcio. No entanto na última década a ciência tem-se “debruçado” bastante sobre esta vitamina, por motivos relacionados com outras funções comprovadas sobre diversas doenças, como o cancro, diabetes, doenças autoimunes, doenças cardiovasculares, psiquiátricas, envelhecimento, etc.
Também designado como queijo de soja, basicamente o tofu é um alimento obtido a partir da coagulação do “leite de soja” num processo semelhante à coagulação do leite de vaca na obtenção do queijo. É um alimento proteico de excelente qualidade, com importantes propriedades nutricionais e funcionais. De textura suave, com sabor relativamente neutro e muito versátil na cozinha. É uma fonte proteica vegetal, com baixo teor de gorduras e isento de colesterol, fonte de vitaminas e minerais, sendo uma opção culinária muito rica e de baixo custo.
A vitamina B12 é uma vitamina essencial à boa saúde do cérebro e do sangue. Ela é fundamental à formação dos glóbulos vermelhos, na função neurológica e na síntese de ADN. Como consequência da sua deficiência pode desenvolver-se anemia megaloblástica. Para além da anemia, outros problemas estão associados à falta de vitamina B12, como problemas neurológicos, com sintomas como perda de sensibilidade, dificuldade em andar, falta de concentração, de memória, atrofia ótica, depressão, demência e a característica fadiga crónica. Muitas vezes esta fadiga (o indivíduo acorda já cansado), a falta de concentração e memória, a perda de sensibilidade nos membros, são os primeiros sintomas da doença. Alguns dos problemas neurológicos podem tornar-se irreversíveis.
A sabedoria popular costuma dizer sobre quem é muito inteligente, “parece que bebe azeite”. A expressão espelha bem as suas qualidades. Esta gordura, umas das mais saudáveis que podemos encontrar, é um alimento com caraterísticas muito benéficas à saúde. O azeite é dos alimentos mais representativos da dieta mediterrânea, considerada um padrão alimentar associado à diminuição do risco cardiovascular, obesidade, síndrome metabólico, hipertensão e diabetes tipo II.
Este é absolutamente o ano da semente de chia.
As sementes foram ao longo dos tempos precursoras de toda a atividade agrícola. Desde há 11 mil anos, quando o homem começou a cultivar, que as sementes são uma fonte alimentar muito rica e importantíssima. Falamos do milho, trigo, arroz, leguminosas, oleaginosas - todas elas se encontram no grupo das sementes e estas são-nos bem familiares, fazendo parte do nosso padrão alimentar.
Temos assistido nos últimos anos ao aparecimento de novas sementes no mercado, como a linhaça, o sésamo, a papoila, a chia, etc. No entanto de novas não têm nada, pois já foram utilizadas durante muitos séculos por povos antigos, como os maias e aztecas e estão agora a ser redescobertas, felizmente, pois são riquíssimas nutricionalmente.