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A informação contida nesta página é apenas para fins informativos. Apesar dos esforços que são feitos para garantir a qualidade da informação, esta não deve ser usada para diagnóstico ou para orientar tratamentos sem a opinião de um profissional de saúde.

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Flores de urze Flores de urze

Urze - anticancerígena, anti-inflamatória e antioxidante

O género Erica é constituído por cerca de 600 espécies. São designadas de urze, por exemplo, a Erica lusitânica, conhecida como urze-de-Portugal ou urze-branca, a Calluna vulgaris, também conhecida por urze-roxa, torga, leiva, mongariça ou rapa e a Erica umbellata, comumente chamada de queiró ou queiroga. Em Portugal empregam-se muito estas urzes para secar os fornos de cozer pão, assim como acender o lume substituindo a carqueja.

Uso medicinal da urze

Vias urinárias

Esta planta tem uma longa história de uso medicinal na medicina popular e a sua utilização tem estimulado a curiosidade científica, levando a alguns estudos importantes, relacionados com a sua capacidade antioxidante e anti-inflamatória. Em particular a urze é um bom antisséptico urinário e diurético, funcionando como desinfetante do trato urinário e aumentado a produção de urina. Contém fitoquímicos específicos como o arbutósido, taninos, triterpenos, quercetina, carotenos, etc. O arbutósido possui propriedades anti-inflamatórias, atuando como potente antissético das vias urinárias, sendo útil no tratamento de cistites, uretrites, hiperplasia benigna da próstata, hiperuricémia, gota, litíase, é ainda diurético, depurativo e adstringente.

Constipações

A presença dos taninos, com efeito adstringente, favorecem a contração das camadas superiores das mucosas, reduzindo a produção de secreções e aliviando a irritação, o que torna a urze útil nas constipações e tosse.

Anti-inflamatório e anticancerígeno

A presença de diversos grupos de compostos químicos naturais, com atividades anticancerígenas, antioxidantes e antimicrobianas tem sido identificada na urze. São elas os triterpenos e os compostos fenólicos (ex. taninos). A confirmação das atividades biológicas dos triperpenos ganhou mais atenção na última década. Foram identificados a partir de plantas mais de 80 triterpenos, alguns deles usados especificamente como anticancerígenos e anti-inflamatórios em países asiáticos. Ao mesmo tempo a urze é rica em compostos fenólicos com conhecida capacidade antioxidante, tendo sido também referenciados como possuindo características anti-mutagénicas e anticancerígenas. Os taninos (compostos fenólicos) possuem um largo espectro de atividade biológica, como a capacidade de aumentar os níveis de vitamina C intracelular, aumentado a capacidade de neutralizar os radicais livres e inibir a degradação do colagénio, por exemplo, durante uma infeção ou inflamação. Através destas propriedades intervêm em processo imunológicos, anti-infeciosos e anti-inflamatórios. Previnem também a síntese de compostos promotores de inflamação e alergias, como histaminas, prostaglandinas e leucotrienos. A sua capacidade antioxidante, é mais forte 20 a 50 vezes que a das vitaminas C e E, reconhecidas pela sua alta atividade antioxidante. Atualmente está bem estabelecida a relação entre os radicais livres e os processos do envelhecimento precoce e de todas as doenças degenerativas, onde estão incluídas as doenças cardiovasculares, artrites e cancro, sendo este conhecimento de grande utilidade para a saúde humana, na prevenção de diversas doenças crónicas.

Recomendações

A infusão das flores é usada em situações de tosse, constipações e em doenças relacionadas com as vias urinárias. Recomenda-se o uso de 3 a 4 chávenas por dia. Externamente usa-se a cataplasma das flores cozidas num pouco de água, para o tratamento de artrite, reumatismo. Esta cataplasma quente é ainda um remédio tradicionalmente usado nas frieiras. O óleo de urze usado para tratamentos de pele, obtém-se macerando demoradamente 100g de flores frescas em 500g de bom azeite.

Grávidas e mulheres a amamentar devem consultar o médico antes de consumirem esta infusão.

 

Referências:

- A Guide To Medicinal Plants In North Africa. Centre for Mediterranean Cooperation, International. IUCN - Spain, 2005;

- Feijão, Raul D’Oliveira. Medicina pelas Plantas. Livraria progresso editora – 4ª edição, 1957;

- Plants for A Future - http://www.pfaf.org/user/Plant.aspx?LatinName=Calluna+vulgaris

- Valadez-Vega, Carmen. Delgado-Olivares, Luis. González, José A. Morales. García, Ernesto Alanís. Ibarra, J. R. Villagomez. Moreno, Esther. Gutiérrez, Manuel. Martínez, María Teresa Sumaya. Clara, Zuñiga Pérez. Ramos, Zuli Calderón. The Role of Natural Antioxidants in Cancer Disease, Oxidative Stress and Chronic Degenerative Diseases - A Role for Antioxidants, Dr. Jose Antonio Morales-Gonzalez (Ed.), ISBN: 978-953-51-1123-8, InTech, DOI: 10.5772/51503. Available from: http://www.intechopen.com/books/oxidative-stress-and-chronic-degenerative-diseases-a-role-for-antioxidants/the-role-of-natural-antioxidants-in-cancer-disease;

- Zhao, Jiewen. The extraction of high value chemicals from heather (Calluna vulgaris) and bracken (Pteridium aquilinum). The University of York Chemistry, April 2011.

 



Inserido em: 2013-10-11 Última actualização: 2013-10-14

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Autores > Cláudia Maranhoto





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