A comum compra de um sabonete pode parecer inofensiva, banal, automática ou até ser feita com alguns critérios como aroma, cremosidade, fidelidade a marca predileta, etc.
No entanto, o que sentimos invariavelmente depois de lavarmos as mãos com sabonetes convencionais? Uma necessidade imediata de hidratação! A pele está desidratada, ressequida e agredida pelos químicos artificiais dos sabonetes que atacam o filme hidrolipídico da sensível pele das mãos, o nosso instrumento de trabalho e comunicação, o nosso “cartão de visita” que muito revela e que tanta linguagem corporal transmite.
Recorremos então a cremes hidratantes também repletos de sintéticos nocivos com nomenclaturas igualmente ininteligíveis tanto nos rótulos como no nosso organismo e que, claro, são rapidamente absorvidos para a nossa corrente sanguínea.
Quando uma textura não é suficiente, mudamos para uma mais gorda, mais “nutritiva” ou uma que só apliquemos à noite talvez com umas luvas de algodão para um maior conforto e também um tratamento para unhas que se apresentam fracas e quebradiças, apenas para recomeçar todo o ciclo no dia seguinte com repetidas lavagens e aplicações de cremes dando‑nos apenas uma falsa sensação de limpeza, restauração e maciez quando o que está verdadeiramente a acontecer é um ataque à pele, unhas e cutículas que resseca, desidrata e sensibiliza enormemente de tal forma que o recurso a cremes se torna uma necessidade várias vezes ao dia, tal como um vício.
Não raramente sucedem‑se problemas dermatológicos de complicada resolução e dificilmente há como sair deste ciclo uma vez que os sabonetes convencionais são na realidade detergentes causadores de depleção lipídica e consequentes irritações, secura, pele escamosa e com pruridos. Este produtos industriais contêm entre outros: derivados de petróleo, sodium laureth/lauryl sulfate (irritantes, comedogénicos e também constituem toxinas ambientais), DEA (cuja exposição prolongada pode causar insuficiência hepática, renal ou lesões no sistema nervoso), fragrâncias sintéticas (termo lato que pode incluir até ftalatos, uma entre cerca de 3 mil substâncias nocivas), álcool isopropyl, BHT, parabenos (butyl, ethyl, methyl e propyl), propylene glycol, corantes sintéticos, óleos minerais obstrutivos, tolueno, formaldeído, talco, triclosano, álcali, sodium tallowate, um derivado da carne de bovinos.
Para além dos efeitos visíveis, muitos destes compostos são tidos como neurotóxicos (METHYLISOTHIAZOLINONE, METHYLCHLOROISOTHIAZOLINONE, phenoxyetanol), causadores de dermatites, cancerígenos, biocumulativos, disruptores endócrinos e nefastos para sistema imunitário e respiratório, passíveis de causar mutação celular e mesmo formação de tumores (como é o caso do BHT, um conservante) além de muito poluidores e persistentes em cursos de água e oceanos.
Soluções naturais
As razões para mudar para soluções naturais são agora óbvias e literalmente, sentir‑se‑ão na pele.
Os verdadeiros sabonetes naturais são maioritariamente artesanais e elaborados a baixas temperaturas o que permite a manutenção de todas as propriedades terapêuticas botânicas. Os ingredientes principais são facilmente reconhecíveis e incluem óleos vegetais (coco, jojoba, azeite, amêndoas), por exemplo as plantas aloé vera, gingko biloba, cacau, cânhamo ou aveia e óleos essenciais com funções terapêuticas também por via da aromaterapia (alfazema, gerânio, alecrim, etc.). São de igual modo utilizadas argilas que se ligam às toxinas absorvendo‑as ao mesmo tempo que ajudam na formação natural de espuma; na vanguarda está atualmente a inclusão de culturas probióticas como tíbicos e kombucha, muito eficazes a tratar e a prevenir afeções diversas.
Sem aditivos nem conservantes sintéticos e muitas vezes aptos a aliviar ou tratar problemas cutâneos como psoríase, eczema, vermelhidão, rosácea, acne, peles sensíveis e reactivas, grande parte destes sabonetes com texturas e aromas que deliciam o tacto e o olfacto são também veganos, mantêm a camada lipídica natural da pele permitindo assim uma verdadeira nutrição e revitalização o que faz dos cremes (também naturais) excelentes complementos optimizadores em vez de uma necessidade indispensável a todo o momento.
Uma higiene eficaz não é a agressiva, mas a gentil, respeitadora das características da pele, auxiliadora da sua condição, reparadora e em sincronia com o ecossistema.
Referências:
https://lookaholic.wordpress.com
Inserido em: 2018-06-20 Última actualização: 2018-06-20
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Autores > Ana Soares
Alternativas Ecológicas
