Germinados são os rebentos que começaram a nascer das sementes. Os germinados são um superalimento muito popular, porque são altamente nutritivos. Isso ocorre porque os chamados antinutrientes são removidos quando as sementes começam a rebentar. Os antinutrientes impedem que a germinação ocorra, mantendo assim as sementes "adormecidas" até que os mesmos sejam removidos. Pensa-se que os antinutrientes protegem a planta da extinção, tornando as sementes amargas e difíceis de digerir. Desta forma, os pássaros não as comerão e, mesmo que as comam, não serão digeridas adequadamente para que as mesmas sejam descartadas e ainda se possam reproduzir.
Demolhar, cozinhar, fermentar e germinar reduzirá os antinutrientes das sementes. Quando os antinutrientes são reduzidos, as sementes não são só mais facilmente digeridas, como também aumentam o teor de nutrientes e a sua biodisponibilidade, o que significa que elas são mais facilmente absorvidas pelo corpo. Contêm também algumas enzimas muito importantes que são necessárias para a digestão de alimentos.
Ao germinar, alguns nutrientes dos cereais e das leguminosas multiplicam-se. É o caso da vitamina C, que é praticamente inexistente no grão de trigo, mas que, uma vez germinado, aumenta seiscentos por cento o seu teor. O processo de germinação torna os nutrientes mais digeríveis, pelo que os rebentos causam menos gases do que os grãos que lhe deram origem. Os rebentos são pobres em calorias, mas contêm quantidades apreciáveis de vitaminas A e C, vitaminas do complexo B, vitamina E, algum ferro e proteínas.
As pessoas começaram a germinar desde tempos antes da Bíblia. Manuscritos de 3000 a.C. mostram que os chineses comiam rebentos regularmente. A medicina chinesa também os usou para curar várias doenças, como inflamação, obstipação, reumatismo e muitas outras. Durante o século XVIII, o capitão James Cook usou germinados para evitar o escorbuto (uma doença causada pela falta de vitamina C) entre a tripulação durante as longas viagens de barco. Hoje, mais pessoas do que nunca descobrem as vantagens e o excelente sabor dos germinados caseiros.
Como foi mencionado, as sementes não germinam até que as condições sejam ideais. As sementes requerem água, oxigénio e calor. Para preparar germinados em casa, podemos criar facilmente as condições adequadas utilizando um germinador. Existem germinadores elétricos que usam uma tecnologia onde névoa e o oxigénio são aplicados simultaneamente, tornando o processo de germinação muito fácil e evitando a criação de bolores. Outros métodos mais rudimentares também são possíveis, mas requerem mais cuidados, como passar as sementes por água várias vezes ao dia e atenção para que não ganhem bolor.
Um germinador elétrico requer muito pouco esforço para garantir higiene e conveniência. São muito práticos para pessoas que têm pouco tempo, mas que se preocupam com a sua saúde e ingestão nutricional.
Ao fim de 2 ou 3 dias, consoante a variedade, tem rebentos prontos a consumir. Pode conservá-los no frigorífico durante 4 dias, depois de lavados.
Quando falamos de sementes, geralmente pensamos em sementes de girassol, sementes de abóbora e sementes de alfafa, mas também leguminosas, como ervilhas, grão-de-bico, feijão frade são sementes, bem como quinoa, aveia e frutos secos. Os germinados podem ser comidos crus e cozidos, mas ao cozinhar podem diminuir os seus nutrientes, mas também tornar os nutrientes mais biodisponíveis (prontamente disponíveis para o seu corpo). Algumas sementes, como feijão vermelho, não devem ser consumidas cruas, pois podem ser tóxicas; só devem ser consumidas cozidas.
Os germinados podem ser adicionados a qualquer prato para dar sabor e o tornar crocante. Também podem ser comidos como snack. Podem ainda ser adicionados a saladas, tortilhas, sanduiches, tacos, sopas, batidos ou sumos. Também são ótimos quando são salteados sozinhos ou com legumes variados.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2692609
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3899625/
https://www.britannica.com/science/germination
https://www.todaysdietitian.com/newarchives/070111p54.shtmlhttps://www.news.nationalgeographic.com/news/2012/02/120221-oldest-seeds-regenerated-plants-science/
Inserido em: 2017-07-17 Última actualização: 2017-07-17
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Autores > Renate Hoornstra
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