Kelp é o nome genérico pelo qual se designam grandes algas acastanhadas do género das laminárias (assim chamadas devido à sua forma em lâminas ou fitas) que crescem nas zonas costeiras de todo o Mundo, incluindo na costa portuguesa.
Existem mais de 30 variedades de algas deste género, sendo uma das mais conhecidas a alga kombu, bastante usada na culinária macrobiótica e vegetariana. Algumas algas laminárias chegam a crescer mais 30 centímetros por dia e atingem 80 metros de comprimento. Estas algas formam autênticas e belas florestas aquáticas que dão abrigo e alimento a vários organismos, sobretudo peixes. Por exemplo, as lontras-marinhas enrolam-se no kelp junto à superfície, para evitarem ser arrastadas pela corrente.
A nível ecológico, o kelp é também extremamente importante pois capta grandes quantidades de dióxido de carbono e liberta oxigénio, contribuindo para regular o efeito de estufa da atmosfera. Mas devido à poluição marinha e, por vezes, à exploração indevida dos oceanos, algumas destas florestas têm vindo a desaparecer, pelo que urge a preservação do kelp para o equilíbrio dos ecossistemas dos oceanos e benefício de todos nós.
Para além da sua importância ecológica, o kelp também é explorado com fins comerciais. Dele se retira a algina, um composto usado no fabrico de pneus ou na indústria alimentar, por exemplo, para conferir uma textura cremosa aos gelados ou aos iogurtes. É também usado na cosmética, por exemplo, na produção de sabonetes ou pasta de dentes. O kelp pode ainda ser usado como fertilizante dos solos agrícolas, o que há algumas décadas atrás era comum acontecer nos terrenos de zonas costeiras.
Mas a importância do kelp destaca-se também a nível nutricional, devido à sua riqueza em iodo, um mineral especialmente importante para evitar perturbações da glândula tiróide. As algas são a melhor fonte de iodo, pois 100 g de kelp proporciona 62000 µg de iodo (a título comparativo, o peixe proporciona no máximo 350 µg), cerca de mil vezes mais do que a dose diária recomendada, por isso basta incluir uma pequena quantidade de algas na alimentação ou tomar um suplemento de kelp (ideal para quem não gosta de algas ou tem dificuldade em obtê-las e incluí-las na sua alimentação). Os comprimidos obtêm-se a partir das algas secas e trituradas e providenciam a dose de iodo necessária a um adulto. O seu consumo é adequado a todas as pessoas, excepto em casos de hipertiroidismo (funcionamento excessivo da tiróide).
Alguns estudos recentes têm indicado que a maioria das crianças apresentam valores baixos de iodo, pelo que é recomendado que incluam na sua alimentação mais alimentos ricos neste mineral. A deficiência em iodo pode provocar problemas de desenvolvimento intelectual nas crianças, e em adultos pode levar a casos de depressão, queda de cabelo, problemas de pele ou infertilidade.
Atualmente a Direção Geral de Saúde aconselha também as grávidas, mulheres em preconceção ou a amamentar a suplementar o iodo em 150 µg a 200 µg.
O uso de kelp na alimentação pode ainda ajudar a manter o metabolismo normal, tendo um efeito sobre o controlo de peso (o iodo facilita a produção de hormonas na tiróide que aceleram a combustão de hidratos de carbono e lípidos), produção de energia e também ajuda a manter a pele saudável e radiante.
É ainda uma fonte importante de diversos minerais, nomeadamente cálcio, ferro, potássio, magnésio e sódio (sendo por isso estas algas trituradas em pó um bom substituto do sal na alimentação). E também de vitaminas A, B1, B2, C e E e de vários aminoácidos.
Se precisa de incluir Iodo na sua alimentação, a solução ideal é consumir regularmente Kelp.
Inserido em: 2014-04-02 Última actualização: 2015-09-21
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Autores > Redatores > Cristina Rodrigues
Nutrientes Essenciais